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segunda-feira, 16 de maio de 2011

No lugar da automartirização, responsabilidade e esforço

Quem persiste no erro e até se martiriza com ele, no fundo, não só não trabalha no sentido de encontrar melhores rumos na vida, como incrementa em cada momento seu sentimento de culpa.

Quando nos sentimos culpados o melhor a fazer é pedir perdão, reparar na medida do possível todos os danos gerados e procurar emendar-se, para que os erros cometidos não se repitam.

Quem fica de automartirizando (repetindo no erro) pode até ter alguma compaixão das demais pessoas, mas está bloqueando todas as iniciativas para a superação do passado errante. Tende a não fazer nada para se reiventar, para descobrir novos caminhos, para se superar.

Não parece ser um bom caminho a automartirização permanente, que retrata um papel que devemos evitar com todas as nossas forças. No seu lugar deve entrar o papel das pessoas responsáveis e diligentes, que buscam incessantemente superar os erros e criar oportunidades para novas descobertas.

Sejamos como os bambus: fortes na raiz, com flexibilidade para as inovações

Goethe dizia que os erros são como nossos filhos e é por isso que eles resultam tão queridos. Apesar dessa nossa tendência complacente com o erro, passar a limpo o que aconteceu de equivocado constitui um avanço extraordinário.

Há pessoas que partem de premissas e concepções não verdadeiras (ou não saudáveis) e se prendem a elas para toda eternidade. O mundo encantado da pluralidade, das descobertas e das inovações não nos permite ficar pensando a mesma coisa (equivocada) o tempo todo.

Temos que combinar a dureza das raízes dos bambus com a flexibilidade das suas partes superiores. Nenhum vento, por mais virulento que seja, jamais derruba um bambu, porque ele sabe mesclar flexibilidade com a fortaleza das suas bases.

Resolver nosso passado de equívocos, ter consciência dos caminhos errados que assumimos, significa avançar para um futuro melhor, vivendo desde logo de outra maneira o presente. Manifeste.

TEXTO: Luiz Flávio Gomes

Segundona!!!

Deixo de fazer muita coisa por medo de magoar as pessoas,
mas ninguém tem o mesmo medo de me magoar.

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

- (Carlos Drummond de Andrade.)